“A OAB vai além das suas responsabilidades corporativas, ela tem também as responsabilidades institucionais”, afirmou Lamachia em palestra para mais de 150 pessoas na região Planalto do RS
18/11/2017 16:15
Mais de 150 marauenses, entre advogados, empresários e a comunidades em geral, presenciaram a palestra do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, na noite de sexta-feira (17) na Casa da Cultura de Marau, região Planalto do RS. O evento encerrou a Jornada de Direito ESA, que ocorreu durante todo o dia, na subseção local.
O dirigente nacional dialogou com os presentes sobre “O compromisso da OAB com a democracia”. Lamachia falou sobre as conquistas e ações que o CFOAB vivenciou há mais de um ano e meio da sua gestão, entre elas o requerimento de afastamento e a cassação do deputado Eduardo Cunha; o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e do presidente Michel Temer. “O Brasil tem que sair do viés direita e esquerda, isso não nos levará a lugar algum.O que o combate a corrupção é o respeito e os princípios constitucionais”, afirmou. Ele ressaltou também a responsabilidade que o Conselho Federal tem com a sociedade civil brasileira:
“Temos mais de um milhão e cem mil advogados inscritos na OAB e por isso temos responsabilidades, que muitas vezes ultrapassam as corporativas, como as que são sérias, por exemplo a fiscalização do exercício profissional e a defesa intransigente das prerrogativas dos advogados. A OAB vai além das suas responsabilidades corporativas, ela tem também as responsabilidades institucionais com a defesa do estado democrático de direito, dos direitos humanos, da constituição, e é por isso que falamos tanto de diversos assuntos, porque é isso que está imposto pela Lei Federal e pela constituição”, ressaltou.
Após um pouco mais de cinco minutos de palestra, a forte chuva que caía sobre o município, naquele momento, fez com que as luzes do auditório se apagassem. Mas nem por isso, a comunidade ali presente, interessada na narrativa do maior nome da advocacia brasileira, saiu do local. Pela primeira vez, Lamachia falou às escuras e todos continuaram ávidos e prestando a atenção: “Já havia falado sem microfone para um público grande, mas hoje, é a primeira vez que falo sem microfone e sem luz”, brincou.
O dirigente continuou a sua explanação, retomando que as pessoas dizem que o Brasil vive uma crise econômica e política, mas para ele a crise é em outros termos: “O Brasil vive, sim uma crise ética e moral sem precedentes, e isso resulta numa crise política e financeira”, disse. Segundo Lamachia, o Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo. Ele argumenta que os brasileiros pagam caro por serviços particulares de educação, de saúde, de segurança, sendo que pagam impostos muito caros para terem esses serviços: “Vamos dizer que não queremos mais carga tributária. Não queremos campanhas políticas com grandes produções, mas queremos campanha individual com troca de ideias, de diálogos e interação”.
Ele enfatizou que a chance que o País tem para se recuperar está no próximo ano: “Nós advogados somos agentes de transformação social e temos que salientar que o poder está no voto. A chance que o Brasil tem é em 2018. Vamos mudar e transformar a nossa nação. Não vamos desistir de um País por força de corruptos que não estão comprometidos com a democracia. Vamos olhar para o poder do voto. E ele não tem preço, e sim consequência”, finalizou.
A presidente da subseção de Marau, Vanilde Nadin, agradeceu a disponibilidade do dirigente do CFOAB em falar para a comunidade de Marau e destacou a sua representatividade aos brasileiros: “Ele é um grande líder, ele não mede esforços para representar a OAB e a sociedade brasileira. Tenho certeza que cada um que está aqui agradece a sua presença, sabendo de todos os seus compromissos, pessoais e profissionais, ele está aqui buscando uma política limpa e uma administração pública responsável. Todos sabemos que é incansável a sua luta na defesa da constituição, da Ordem jurídica, do estado democrático de direito, dos direitos humanos e também da justiça social”, enfatizou.
Vanessa Schneider
Jornalista MTB 17654
18/11/2017 16:15