Breier destaca o importante papel da jovem advocacia em palestra magna na I Conferência Estadual da Jovem Advocacia
10/08/2018 20:17
“Eu não venho de família de advogados. Eu fui o primeiro da minha família e tenho orgulho dessa profissão e do que ela representa”, disse com orgulho o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, nesta sexta-feira (10), na I Conferência Estadual da Jovem Advocacia. No encontro, o dirigente da seccional falou sobre o projeto De Colega para Colega, valorização da advocacia, piso para a jovem advocacia, entre outros assuntos. O evento ocorreu no auditório do OAB/RS Cubo.
Confira as fotos do evento no Flickr da OAB/RS
Na sua fala, Breier lembrou do Plano de Valorização da Advocacia, no qual o projeto De Colega para Colega faz parte, e lembrou que foram visitados mais de 120 escritórios em todo o Rio Grande do Sul: “Esse projeto é muito importante porque é onde conseguimos conversar com mais calma com nossos colegas e entender a realidade do trabalho, com pontos positivos e negativos”, lembrou. “Além disso, ele é fundamental para realizar ações de gestão e também uma grande oportunidade para aproximar a OAB/RS da advocacia”, disse.
O presidente da seccional gaúcha elogiou o papel da Comissão Especial da Jovem Advocacia da OAB/RS: “Eu preciso elogiar o trabalho realizado pela comissão. Eu acredito na jovem advocacia e sei do papel de extrema importância que ela tem para construímos uma advocacia mais unida. A CEJA é um exemplo no Brasil inteiro, pois ela atua e acolhe a advocacia em início de carreira”, chamou a atenção.
Breier aproveitou a oportunidade para falar sobre o piso da advocacia. O dirigente lembrou da Audiência Pública realizada na OAB/RS para tratar do tema: “A Ordem sempre se preocupou com esse tema e é uma pauta que estamos trabalhando há um bom tempo. É um assunto complexo e que temos de seguir debatendo para buscar melhor efetividade e encaminhamento”, disse.
Na ocasião, Breier falou sobre a Campanha Vote Consciente, que foi lançada na última quarta-feira (08): “A campanha é de âmbito nacional e é fundamental porque estamos em ano de eleição e elas vão decidir o futuro do nosso país. Conto com o apoio de todas as 106 subseções, dos presidentes de comissões da OAB/RS e diversas entidades”, comentou. Logo após, foram apresentado os dois vídeos e o rap feito para a Campanha.
O presidente da Comissão Especial da Jovem Advocacia da OAB/RS, Antonio Zanette, destacou o forte trabalho da seccional gaúcha em prol da jovem advocacia: “Eu quero dizer que somos mais de 70 comissões aqui no Rio Grande do Sul e temos trabalhado forte junto com a seccional e cada subseção. esta gestão, ainda lançamos quatro edições do Manual do Jovem Advogado”, lembrou.
Uma placa de homenagem aos 10 anos de CEJA foi entre ao presidente da OAB/RS, Ricardo Breier.
O papel da advocacia na luta pela efetivação do acesso à justiça
O desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), Francisco José Moesch, comentou sobre o eproc: “Nós temos um processo eletrônico muito atrasado em relação aos outros estados, infelizmente. Vocês sabem que estamos em processo de padronização do sistema, que é o mais apreciado pela advocacia gaúcha, inclusive foi feita uma audiência pública na Ordem gaúcha para tratar do tema, que é o eproc. Eu sonho com o dia em que o advogado vá ao Chuí, à Passo Fundo ou a qualquer outra cidade gaúcha e possa utilizar o mesmo login e senha”, afirmou. Na mesma linha, o professor livre docente do Departamento de Direito Penal, Criminologia e Medicina Forense da Faculdade de Direito da USP, Pier Paolo Cruz Bottini, afirmou a importância do eproc: O eproc é uma experiência muito interessante para a advocacia. No entanto, ela pode surpreender algumas pessoas que não estejam acostumadas a utilizá-lo, mas para isso é necessário estar atualizado, ou seja, estar sempre estudando”, comentou.
A Advocacia Do Futuro na Era da Revolução da Informação
O vice-presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor da OAB/RS, Bruno Miragem, disse que a revolução digital impacta diretamente a advocacia: “É muito importante compararmos como fazíamos as petição de processos, os contratos e diversas outras atividades com a forma como é feito hoje”, lembrou. A sócia da Selem Bertozzi Consultoria, Lara Sélem, chamou a atenção para a utilização da tecnologia nos escritórios: “Não adianta nada eu ter o melhor computador e/ou o melhor software se eu não estou preparada para mudanças na minha atuação profissional. Nós precisamos entender o que é ser um advogado ou uma advogada em 2018 e nos próximos anos, e como eu vou encarar o mundo e exercer minha profissão na sua plenitude”, destacou.
A doutora em Administração pela UFRGS na área de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, Soraia Schutel, comentou que é preciso investir, tanto em tecnologia, quanto em humanismo: “A relação entre vocês e os clientes precisa ser positiva, e para isso é necessário termos empatia e sabermos nos relacionar e expressar. Apesar de termos diversas formas de comunicação, seja pessoal, seja digital, temos de lembrar o lado humano de cada pessoa, o qual parece esquecido em alguns momentos por termos algumas relações robotizadas”, disse.
30 anos da Constituição Federal
O presidente da Comissão Especial de Direito Agrário da OAB/RS, Ricardo Alfonsin, abordou a evolução do agronegócio e da legislação nos 30 anos da Constituição Federal. Segundo o palestrante, o Brasil é um grande player no mundo na área de produção de proteína animal e de grãos: “Esses números são importantes para mostrar a força do país na área. Nós temos 64 milhões de hectares ocupados pela agricultura. No entanto, na parte da legislação, temos um atraso muito grande”, afirmou.
O pós-doutor em Direito pela Università degli Studi di Pavia da Itália, Daniel Mitidiero, palestrou sobre o tema: A Justiça Civil – da Itália ao Brasil, dos Setecentos a Hoje. Em sua fala, o convidado comparou o processo civil no Brasil e na Itália e em outros países, como as universidades brasileiras e a justiça brasileira abordam o tema e as universidades italianas e a justiça italiana tratam do assunto. O Presidente do Instituto de Direito e Economia do Rio Grande do Sul, Manoel Trindade, falou sobre o Direito e Economia frente os 30 Anos da Constituição Federal. O palestrante aproveitou para falar sobre o número de processos e comparar a taxa de congestionamento do início dos 80 com a dos dias atuais. “A Constituição Federal, na área de economia, é bem elaborada. No entanto, nos falta ainda lidar com a gestão de recursos, que são escassos, e quanto à racionalização no uso deles, efetivamente, nós não encontraremos saída. Não há solução se não pensarmos em racionalização, efetividade e pensarmos e estudarmos economia”, disse.
João Vítor Pereira
Assistente de Jornalismo
10/08/2018 20:17