Home / Noticias / 03.05.2007 08:32

Ministro acusado de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis pede afastamento do STJ

03/05/2007 08:32

http://bit.ly/LCUHPb
image-galeria-0

A assessoria de imprensa do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou que o ministro Paulo Medina, investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, formalizou nesta quarta-feira (2) o pedido de afastamento do cargo.

A assessoria ainda não informou, no entanto, o teor do pedido. Segundo o advogado de Medina, Antônio Carlos de Almeida Castro, no documento, o ministro pediu não só o afastamento, como também a abertura de uma sindicância. Almeida Castro informou que Medina pretende ficar afastado do tribunal até o final das investigações do STJ.

Nas investigações da Operação Furacão, da Polícia Federal, o irmão do ministro, o advogado Virgílio Medina, é apontado como negociador na venda de sentenças judiciais favoráveis a empresários do jogo. Uma delas teria sido concedida por Paulo Medina em troca de R$ 1 milhão.

Virgilio Medina está preso no Rio. O advogado dele, Renato Tonini, afirmou que a versão de seu cliente somente será apresentada no interrogatório ao qual ele será submetido na próxima sexta-feira (4).

O ministro do STJ Paulo Medina nega a acusação de ter negociado sentenças judiciais. Ele disse que teve o nome usado indevidamente por pessoas ligadas à exploração de jogos ilegais.

Constrangimento
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro diz que Medina tomou a decisão de pedir o afastamento por não querer constranger seus colegas de tribunal durante as investigações.

Almeida Castro ressaltou que o ministro tem consciência de que conseguirá provar sua inocência, mas que não quer permanecer no caso durante a apuração do caso no tribunal.

Voto antecipado
A decisão pelo afastamento foi tomada por Medina após a divulgação, nesta semana, de escutas telefônicas que levantaram novas suspeitas contra ele.

Nessas gravações, ele teria antecipado ele teria antecipado o voto no julgamento de uma ação e orientado os advogados do réu.

Em dezembro do ano passado, o ministro teria conversado com o advogado Paulo Mello sobre um pedido de habeas corpus para um diretor do Minas Tênis Clube, Fernando Furtado Ferreira, acusado de usar uma carteira de policial falsa em Minas Gerais.

Na conversa, Paulo Medina teria pedido mais detalhes sobre o caso e informado que usaria, no julgamento do pedido de habeas corpus, a tese de que Fernando Furtado Ferreira portava o documento, mas não se apresentou como policial.

O ministro também teria alertado Paulo Mello para a importância de o advogado de Fernando Ferreira fazer a sustentação oral durante a sessão de julgamento no STJ.

Para o advogado de Medina, Antonio Carlos de Almeida Castro, não há nenhuma ilegalidade e tampouco houve tráfico de influência. Segundo ele, trata-se apenas de uma conversa com um advogado amigo, que não teria nenhum peso não fosse a Operação Furacão.

Aposentadoria
Segundo Almeida Castro, o ministro avaliou que um eventual pedido de aposentadoria seria "um desrespeito ao Supremo Tribunal Federal", uma vez que a denúncia do Ministério Público Federal já está sendo analisada pelo STF.

Antonio Carlos de Almeida Castro pediu ao ministro Cezar Peluso um prazo maior para apresentar a defesa técnica de Medina. O prazo termina na próxima segunda-feira (7).

O pedido foi feito após a decisão de Peluso de incluir o irmão do ministro, Virgílio Medina, na denúncia que está sendo analisada pelo Supremo. Com isso, o advogado avalia que é necessário mais tempo para formular a defesa.

(STJ e G1)

03/05/2007 08:32



Notícia anterior

Corte Especial afasta desembargador federal acusado de formação de quadrilha

03.05.2007
Próxima notícia

Falso advogado é preso ao atuar durante audiência na Paraíba

03.05.2007

Principais notícias

Ver todas