A Comissão da Saúde (CES) da OAB/RS está ao lado do Hospital Beneficência Portuguesa para contribuir com o encontro de soluções para a atual crise financeira da instituição. O local, fundado há 163 anos, teve o contrato com a Prefeitura de Porto Alegre rescindido, o que agravou a sua situação. Segundo o presidente da Comissão da Saúde (CES) da OAB/RS, Imar Cabeleira, evitar que quase 200 leitos sejam encerrados e 300 funcionários sejam demitidos são os objetivos da Ordem gaúcha, que está apoiando a campanha de ajuda à instituição.

Para o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier: " A Ordem, como defensora intransigente da cidadania, sente-se no dever de se somar à luta pela permanência do Hospital Beneficência Portuguesa à população", explicou. O dirigente destacou que o tema saúde sempre merece prioridade: “Trabalharemos no que for preciso para apoiar essa causa”, garantiu.

Como dirigente da CES, Cabeleira ainda acrescenta: “É um hospital com grande importância histórica. A área da saúde no Estado está com déficit de leitos hospitalares. Em Porto Alegre, nos últimos anos, fecharam mais vagas e outras novas não foram inauguradas”, explica. “Os hospitais existentes já não conseguem atender toda a demanda da população. Encerrar as atividades do Hospital Beneficência geraria um grande impacto social negativo”, disse. Cabeleira, junto com a membro da CES, Ana Lúcia Gasparoto Schneider, se reuniu com o um dos diretores gerais do Simers, Germano Mostardeiro Bonow, no dia 8 de dezembro.

Conforme o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), 15 médicos da Universidade Federal da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) já foram à Brasília para apresentar ao Ministério da Saúde a proposta de transformar a Beneficência em hospital-escola. Na próxima segunda-feira (18), um representante técnico do Ministério da Saúde estará em Porto Alegre. Na ocasião, ele deverá fazer uma visita ao Beneficência.

Sobre o Hospital

Segundo informações do Jornal do Comércio, o Hospital foi fundado há 163 anos, na avenida Independência. Hoje, tem uma sede mais modesta, ao lado do antigo prédio, que abriga, há 10 anos, o Museu da História da Medicina do Rio Grande do Sul. Mesmo antes da rescisão do contrato, o hospital já estava em crise. As internações caíram de 216, em junho, para apenas duas, em outubro. Cerca de 100 funcionários foram demitidos, e os que seguem trabalhando não recebem salários há quase seis meses. A dívida com a prefeitura pela não prestação de serviços chegava a quase R$ 6 milhões. Embora, em outubro, o atendimento ambulatorial tenha seguido em funcionamento, as cirurgias foram suspensas, e já não havia mais internações pelo SUS.