A inédita capacitação lotou o Centro Integrado de Inclusão Digital, que faz parte da estrutura de 1.100 m², inaugurada em 15 de julho, na Rua Manoelito de Ornelas, nº 55 – 8º andar, em frente ao Foro Cível da Capital.

O novo espaço de serviços OAB Trend Center, na Rua Manoelito de Ornelas, nº 55 – 8º andar, em frente ao Foro Cível da Capital, recebeu a sua primeira capacitação para o processo eletrônico. O curso, que foi promovido pela Comissão de Direito da Tecnologia da Informação (CEDTI) da OAB/RS, teve como foco os advogados da terceira idade, abordando o processo eletrônico de forma prática e individualizada.

A inédita capacitação lotou o Centro Integrado de Inclusão Digital (CIID). Aos profissionais que ocuparam os 40 computadores de última geração da sala destinada ao curso, o vice-presidente da CAA/RS, Pedro Alfonsin, destacou que o espaço traz diversos benefícios para a advocacia. “É um local que foi viabilizado pelos esforços do Sistema OAB, que cada vez mais está integrado e voltado para capacitar a advocacia e oferecer diversos benefícios para a classe”, ressaltou Alfonsin.

A estrutura de 1.100 m², inaugurada em 15 de julho, foi viabilizada por meio de recursos oriundos do Sistema OAB, por meio de investimento direto da CAA/RS, e os equipamentos de tecnologia, por meio do Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados (FIDA).

O secretário-geral da OAB/RS, Ricardo Breier, indicou que a capacitação dos advogados para o processo eletrônico é uma das bandeiras primordiais da gestão da Ordem gaúcha. “Nós temos a missão de ofertar aos advogados todos os mecanismos possíveis para ter acesso ao PJe. Indo ao encontro, também precisamos certificá-los; para isso, estamos indo às 106 subseções. Há três anos éramos o penúltimo Estado com número dos advogados certificados, com cerca de três mil. A partir do projeto interligado ao sistema OAB, chegamos à cifra de 30 mil profissionais”, frisou Breier, que vem percorrendo o Estado com o Mutirão da Gestão Digital.

O dirigente também explicou a preocupação com os advogados na terceira idade. “Paralelamente, temos também o aspecto cultural de ensinar, e as idas para o Interior do RS reforçam isso. Alguns advogados sentem dificuldade em operar no processo eletrônico e não podemos permitir que a nova tecnologia exclua os profissionais”, finalizou.

O presidente da CEDTI, conselheiro seccional Carlos Albornoz, ressaltou o aspecto prático da capacitação. “Este é um treinamento que será essencialmente técnico e personalizado, pois cada advogado tem o seu computador, para que ela possa interagir e tirar suas dúvidas na hora. Optamos por turmas menores para que possamos atender de forma mais diferenciada”, indicou.

Também estavam presentes o diretor-tesoureiro da CAA/RS, André Sonntag; o vice-presidente da CEDTI, Miguel Ramos; e a coordenadora da Casa do Advogado, conselheira seccional Regina Guimarães.

“A OAB/RS está pensando diretamente em nós”

Durante o evento, a advogada Maria de Lourdes Jaschek, 61 anos, parabenizou a entidade pela iniciativa do curso: “Hoje em dia, os idosos têm problemas em lidar com computadores, pois não fomos criados com eles; brigamos muito com a tecnologia. Com este curso, a OAB/RS está pensando diretamente em nós. Ao apreendermos com pessoas da mesma faixa etária e conhecimento, adquirimos o conteúdo da melhor forma”.

O advogado Quirino de Oliveira, 72 anos, indicou que diversos amigos também têm dificuldade em lidar com o PJe. “A iniciativa deve permanecer. Tenho contato com amigos da minha geração que manifestam a preocupação com a implantação do processo eletrônico e têm dificuldade em acessá-lo, pois hoje os tribunais têm softwares totalmente distintos e que não são unificados”.

A dinâmica diferenciada da capacitação foi ressaltada pelo advogado Wilson Kindlein, 76 anos: “Aqueles que estão começando a lidar com esta tecnologia sempre tem mais dificuldades. É interessante que o curso possa nos integrar a esta nova fase do processo. Acho interessante aliar a teoria com a prática”.

Por fim, a advogada Maria de Graça Mendes Franco, 64 anos, indicou que o ponto mais interessante do curso é o foco na prática. “A utilidade do curso é indiscutível, é tudo que nós precisávamos. O que necessitamos é alguém nos ensinando no próprio computador, pois se errarmos, temos alguém do nosso lado para auxiliar”.

João Henrique Willrich
Jornalista – MTB 16.715