Com o intuito de homenagear as vítimas do comércio transatlântico e da escravidão, a Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra (CVEN) realizou, na última quinta-feira (25) um webinar. O evento trouxe, ainda, recomendações sobre o Direito e a necessidade de reparação de modo articulado e planejado.

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Para o presidente da CVEN, Jorge Terra, os fenômenos raciais que ocasionam desigualdades e discriminações são verdadeiros legados do transporte transatlântico de escravos e da escravização. "O que nós conhecemos como sociedade brasileira começa com a quase aniquilação dos povos originários; com a escravização desses povos originários, por cerca de 40 anos, e depois continuou com o comércio transatlântico de africanos e com a escravização dessas pessoas. A nossa sociedade está calcada no racismo, preconceito, nos estereótipos negativos e nas vieses raciais", destacou. 

O escritor e pesquisador de literatura africana e brasileira, Jeferson Tenório, foi um dos palestrantes e destacou a importância da ligação dos temas sobre o tráfico negreiro e a situação dos negros atualmente. "O tráfico negreiro causou um grande trauma ao continente africano. Tão grande que, a impressão é a de que, até hoje, a história africana começou a partir do tráfico negreiro. A África tem 5 mil anos de história e parece que todos esses anos foram apagados pelo comércio escravagista, claro, devido a um projeto colonial", disse. 

O pesquisador e professor José Rivair Macedo também participou do webinar. "Entendo o legado do comércio transatlântico e da escravidão. Em grandes linhas é o racismo. Mas entendo, também, que, seja a escravidão uma forma sistemática de exploração, seja o racismo uma forma estrutural de discriminação, há uma dimensão maior, que é da estrutura econômica do capitalismo moderno", explanou. 

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