Nesta quinta-feira (21), o jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, publicou editorial manifestando apoio à iniciativa da OAB contra novos impostos, como a CPMF.

Editorial
A polêmica da CPMF

A decisão da presidente Dilma Rousseff de contar com a receita da CPMF para equilibrar as contas públicas não terá fácil acolhida. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional de Saúde (CNS), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) subscritaram um documento condenando a recriação do tributo porque essa proposta não constou do programa da então candidata em 2014, faltando-lhe, segundo o texto, a legitimidade necessária para implementá-lo. Na nota, as entidades indicam que o equilíbrio fiscal deverá ser atingido por meio do corte de despesas, incremento da atividade econômica, redução de juros e incentivo à produção.

Realmente, o intento do governo federal não deverá ser de fácil concretização. A população, em cada ato de consumo, vê em suas notas fiscais frequentemente tributos que variam entre 30% e 40% do valor pago. Além disso, impostos e taxas são recolhidos inapelavelmente pelos contribuintes, sem falar em descontos no contracheque que são destinados para os cofres públicos. Enquanto o estafe governamental não mostrar para o país que está fazendo o dever de casa, não será fácil adotar a medida draconiana de aumentar receitas tirando recursos da sociedade. Assim como as famílias brasileiras vivem com seus rendimentos mensais, o governo deve fazer com que as despesas se encaixem na sua arrecadação ordinária.