Home / Noticias / 17.08.2020 20:14

I Conferência Nacional da Saúde Online: Telemedicina é o tema de debates do primeiro dia

17/08/2020 20:14

https://bit.ly/315J6qE

Começou, na manhã de hoje (17), a I Conferência Nacional da Saúde Online, organizada pela Comissão Especial da Saúde (CES) da OAB/RS. O evento, que segue até sexta-feira (21), conta com a presença de profissionais multidisciplinares para debater temáticas da saúde e do Direito. 

A presidente interina da CES da OAB/RS, Mariana Diefenthaler, abriu a conferência e destacou a importância de debatermos sobre telemedicina e também sobre a Lei 13.989, sancionada em abril deste ano e a utilização da telemedicina durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. O vice-presidente da CES, Cassio Martinez ressaltou, ainda, que a telemedicina veio fazer parte do nosso dia a dia, ainda que existam algumas barreiras técnicas, jurídicas, e até interesses em relação ao tema, o que apenas demonstra a importância de discutir o tema. 

A secretária-geral da Comissão, Ana Paula Adede y Castro foi a responsável pela mediação do evento. 

Em sua fala, a presidente da Comissão da Saúde Nacional, Sandra Dino, apontou que a telemedicina pode ser uma ferramenta muito importante para a diminuição das distâncias, principalmente no atendimento da saúde primária, “mas  essa ferramenta deve ser pensada sempre para o bem-estar do paciente e pensando na segurança do médico”.

Sandra Dino ainda revelou algumas preocupações da Comissão: “a plataforma utilizada pelos médicos deve ser segura, temos que ter atenção a possíveis vazamentos de dados dos pacientes. Estamos debatendo, também, sobre uma consulta sem um exame clínico, pois, em uma consulta presencial, o médico consegue perceber muitos detalhes que ele não vai conseguir perceber por via remota”. 

A secretária-geral adjunta da Ordem gaúcha, Fabiana da Cunha Barth, agradeceu à Comissão, em nome da seccional, pela realização da Conferência. “A Comissão trouxe pesquisadores, palestrantes e profissionais que estão lidando com a matéria de forma preocupada em relação a todas as questões envolvendo telemedicina, bem como métodos consensuais de solução de conflitos como alternativa à judicialização na área da saúde, saúde mental e dos impactos neste momento de pandemia, do direito médico, direito à saúde na atualidade, enfim, são temas que serão tratados na conferência, e que nós teremos muito a debater”, frisou.

Debatedores

O presidente Comissão da Saúde OAB/PE, Diógenes de Souza, parabenizou a Seccional gaúcha pela realização da primeira Conferência Nacional de Saúde online e buscou trazer o histórico e os conceitos da telemedicina e telesaúde e ressaltou, ainda, que a telemedicina já vem sendo utilizada há vários anos no mundo: “O primeiro ponto que devemos discutir é que a telemedicina pode ser bastante útil para situações em que os pacientes, principalmente no SUS, não têm acesso à saúde”, salientou.

Souza apontou que, mesmo sabendo dos inúmeros benefícios da telemedicina, ela não é a solução dos problemas existentes na área da saúde: “claro que há desvantagens, existe um entendimento mundial que a primeira consulta deve ocorrer presencialmente, após isso, o acompanhamento poderia acontecer através da plataforma digital”, finalizou.

Deu seguimento ao debate, o membro da Comissão da Ordem gaúcha, Lucas Lazzaretti, que buscou esclarecer algumas subdivisões da telemedicina, trazendo também a sua cronologia, ele parabenizou também o Conselho Regional de Medicina do RS (CREMERS), que aprovou a resolução 10 em de maio de 2020, que trata sobre o beneficiário, o médico e a operadora de planos de saúde, e foi o primeiro conselho a tratar e emitir uma resolução que contempla os 3 envolvidos. “A telemedicina é um assunto de suma importância, tanto para os advogados, quanto para os profissionais da saúde”, encerrou.

A presidente da Comissão da Saúde da OAB/SP, Juliana Hasse, garantiu que a telemedicina irá permanecer a partir de agora: “Nós não devemos mais discutir se haverá ou não a telemedicina, o que devemos discutir agora é a questão da segurança, o meio com o qual o atendimento é feito, o uso da ferramenta adequada, a remuneração médica,  a obrigatoriedade do prontuário médico, e também a questão da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) não pode ser esquecida”.

Com a palavra, a advogada especialista em Direito Médico da OAB/SP, Sandra Franco, enfatizou que a prática da telemedicina não é nova, e relatou um registro de telemedicina, em 1924, nos Estados Unidos, feita através do rádio, ferramenta essa que era a mais avançada da época: “Já temos a percepção de que não há médicos suficientes para o atendimento, em especial aos pacientes que estão em zonas mais distantes, além de não termos a distribuição de médicos especialistas de forma adequada, então a telemedicina, neste sentido, vem como uma prática necessária para ampliação do acesso à saúde”, expôs.

Fechou o debate, o vice-presidente do CREMERS, Eduardo Neubarth Trindade, que indicou que a pandemia causada pelo novo Coronavírus foi o catalizador da telemedicina: “Entendemos que algumas coisas que demorariam 10 ou 20 anos foram feitas em 3 meses, e estamos vivendo esse processo da pandemia e aprendendo muito também com a questão da telemedicina”.

Para finalizar, Trindade disse que a telemedicina é uma ferramenta que tem que beneficiar o paciente: “A telemedicina não serve para beneficiar as grandes operadoras de saúde, ou mesmo o SUS, nem os gestores municipais, estaduais ou nacional que desejem baratear o custo da medicina, não oferecendo um médico para atendimento presencial”.

Ainda é possível participar, então clique aqui e se inscreva na I Conferência Nacional da Saúde Online da OAB/RS

Se você perdeu o primeiro dia, clique aqui e assista no Youtube

17/08/2020 20:14



Notícia anterior

Ferramentas de tecnologia e a era da advocacia digital pautaram painel da IX Conferência Estadual da Advocacia

17.08.2020
Próxima notícia

CEIR realiza 1ª Conferência Estadual da Igualdade Racial no Mês da Advocacia

18.08.2020

Principais notícias

Ver todas