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Os desafios da população trans na pandemia

04/09/2020 15:13

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Dados provam que a população de transexuais e travesti é a que mais sofre os efeitos do estigma e da discriminação no Brasil. O Índice de Estigma mostra, em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS no país, que 90% das pessoas trans e travestis já vivenciaram pelo menos uma situação de estigma ou discriminação devido à sua identidade de gênero.

As violências relacionadas à identidade de gênero que mais afetam essa população trazem assédio verbal, com 74,2% das situações; exclusão de atividades familiares, com 69,4%; e agressão física, com 56,5%. 

Outro dado importante apresentado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em 2019, identificou que 124 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, o que coloca o país como o líder em assassinatos no resto do mundo. 

Números relacionados a violências e exclusões de gênero de pessoas travestis e transexuais provam que essa população ainda sofre bastante com discriminação e violência. Com a chegada da COVID-19, a situação colocou em debate as dificuldades que travestis e trans enfrentam. Pensando nisso, a temática ‘A População Trans Em Tempos de Pandemia’ foi tema do Mês da Advocacia da OAB/RS. 

Organizado pela Comissão Especial de Diversidade Sexual e Gênero (CEDSG), o evento está disponível no canal do YouTube da Ordem gaúcha.

A presidente da CEDSG, Gabriela Lorenzet, destacou que o principal motivo da escolha do tema foi o de qualificar os operadores do direito na busca da efetivação dos direitos da população trans e travestis, principalmente na pandemia. “Escolhemos a temática, pois é importante trazer que, nesse contexto da COVID-19, essa população foi muito atingida. Trouxemos recortes importantes sobre sustento, acesso aos equipamentos públicos de saúde, alimentação, entre outros. Afinal, sabemos que, infelizmente, boa parte dessa população ainda vive na invisibilidade das políticas públicas e da sociedade”, disse. 

A palestra foi proferida pela advogada e integrante da CEDSG, Carolina Parisotto, que trouxe, em sua apresentação, toda a trajetória de exclusão social das pessoas trans. “A discriminação inicia desde a escola e chega até o mercado de trabalho, pois essa discriminação que inicia ali no período escolar atrapalha, muitas vezes, a formação e, por seguinte, o ingresso em um curso superior e no mercado de trabalho. Como sabemos, muitas pessoas trans ainda vivem da informalidade e da prostituição, pois não há outra opção. A situação vivencial em que elas nasceram e cresceram empurraram-nas para isso, impossibilitando a oportunidade de ter uma vida digna com acesso a outros meios”, explicou. 

No contexto pandêmico, Parisotto, que também participa de ONGs e movimentos da população LGBT, destacou a exclusão dos sistemas de saúde. “A questão da saúde e do auto sustento, que já eram questões difíceis por conta das exclusões e discriminações estruturais, foram mais ainda exacerbadas na pandemia. O que mais pesa é a questão da fome e da dificuldade de acesso aos alimentos e produtos de higiene básica. E isso piora ainda mais para quem necessita de um trabalho informal para sobreviver e, devido à pandemia, não consegue trabalhar”, explicou. 

O evento foi moderado pelo vice-presidente da CEDSG, Fabrício Marquezin Covcecich e pela integrante da comissão Yasmin Angra.  

Para saber mais como ajudar a população trans e travesti, você pode entrar em contato com a CEDSG pelo Instagram ou pelo e-mail: aigualdaders@hotmail.com.

04/09/2020 15:13



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