Do dia 26 a 30 de outubro, a Comissão do Jovem Advogado (CJA) realizou a Semana de Imersão da Jovem Advocacia: conhecimento, trocas e networking. Apesar de online, o evento propiciou grande interação entre os participantes e o compartilhamento de conhecimento entre profissionais experientes e iniciantes. Muitas dúvidas foram respondidas pelos convidados que, ao invés de palestras, conversaram em um tom mais informal com o público.

A secretária-geral da CJA e coordenadora do evento, Júlia Fornari, destacou que a programação foi pensada a partir de demandas da própria jovem advocacia: “Todo o evento foi planejado em cima de perguntas que fizemos aos membros da CJA do que gostariam de ver em um evento. Com as sugestões dos colegas, priorizamos a criação de relações, a expansão da nossa rede de contatos para auxiliar um ao outro e crescermos juntos”, ponderou.

Os três primeiros dias de evento foram dedicados a conversas com advogados e advogadas experientes em diferentes áreas do Direito. Todos foram unânimes em dizer que o networking é essencial para a carreira, além da importância de pedir ajuda nessa fase inicial.

Trajetória e Dia a dia

Na segunda-feira (26), as advogadas Josiane Paiani e Lauren Azevedo falaram sobre as áreas Digital e Trabalhista respectivamente. Josiane citou exemplos de campos de atuação para quem se interessa na área digital e se aprofundou na sua área de atuação: e-commerce. Ela comentou a enorme demanda que a pandemia trouxe: “Com a pandemia as empresas que adiavam a migração para o on-line se viram obrigadas a entrar no mundo virtual. É possível trabalhar no consultivo, pois as empresas têm muitas dúvidas, oferecer consultoria preventiva para municiar as pessoas com as particularidades de cada ramo é um caminho”, avaliou.

Lauren falou sobre a importância de compartilhar conhecimento, além da sua atuação com compliance trabalhista: “O compliance cria uma cultura ética, repagina a empresa e são muitos os mecanismos de atuação. Para começar em pequenas e médias empresas, por exemplo, é possível iniciar com um código de condutas, regulamentos internos, política de uso do whatsapp, política de uso de redes sociais, enfim, é preciso abrir uma porta e fazer teu trabalho bem feito, a partir daí vão perceber o valor do teu serviço e, com certeza, te indicar”, pontuou.

Na terça-feira (27) a noite foi dedicada ao Direito de Família e ao Direito Previdenciário. Juliana Leite Ribeiro destacou a importância da atuação técnica do advogado de família: “Para atuar nessa área tem que gostar de escutar, de ouvir histórias, mas sempre com foco na atuação jurídica. O advogado não pode fazer as vezes de um psicólogo. O papel do advogado de família não é sentir a dor do outro, é ter a capacidade de sentir empatia, mas sem levar para o emocional”, aconselhou.

Na área previdenciária o advogado Anderson de Tomasi Ribeiro falou da dificuldade de se encontrar no início da carreira: “Levei 10 anos para me apaixonar dentro do Direito. A assistência social está presente na vida de todo mundo, seja no auxílio-maternidade, bolsa-família, benefício por incapacidade, aposentadoria, pensão por morte, etc. De um jeito ou de outro vamos precisar da previdência. Isso me fez sentir que eu poderia movimentar as coisas, fazer diferença. O benefício de R$ 1.045 reais leva comida para a mesa das pessoas”, ressaltou.

Encerrando os paineis voltados para os advogados mais experientes, a quarta-feira (28) contou com a presença do advogado criminal, Mateus Marques e da advogada tributarista, Ina Elisa da Silva Fiss.

Marques lembrou da importância de fazer parte das comissões da OAB/RS para ampliar o conhecimento, assim como para criar uma rede maior de contatos: “A advocacia é uma profissão de troca, nós ensinamos e aprendemos todos os dias. Na OAB/RS pude participar ativamente da instalação das salas para advogados nos presídios, tivemos diversas conquistas nesse sentido iniciando no Central e com salas em vários outros presídios do Estado”, ressaltou.

Segundo Marques, é imprescindível gostar do que se faz: “Penso que devemos atuar na área que somos apaixonados. O que me fascina no criminal é que todas as ações são diferentes, mesmo os crimes sendo idênticos. Tu tens uma perícia que pode agir diferente, depoimentos diferentes, provas que podem dar um contorno completamente diferente em um processo”, acrescentou.

Ina ressaltou qualidades e capacidades para ser um advogado tributarista: “A objetividade, sem dúvidas, é uma peculiaridade de quem trabalha com Direito Tributário. Não há questões de fora que podem influenciar, um meio termo ou talvez”, afirmou. A advogada frisou também a possibilidade de trabalhar no consultivo: “A imagem do advogado ainda está muito relacionada a resolver um problema. Mas podemos atuar de forma consultiva, trabalhar para mudar essa cultura e ser útil de outras formas para os clientes”, completou.

Conhecimento compartilhado

A quinta-feira (29) foi dedicada a pequenas palestras da própria jovem advocacia abordando temas específicos dentro das áreas discutidas nos dias anteriores: Nilza Maria Silva de Freitas – Direito do Trabalho: Desafios e oportunidades em tempos de pandemia; Camilla Feoli Leal – Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher: atuação do (a) advogado (a) na audiência de acolhimento; Natália Lanfredi Pinto da Rocha – Pensão por morte pós Reforma da Previdência; Murialdo João Crescêncio – Empresa Simples de Crédito e a Disruptura Bancária; Matheus Gonçalves dos Santos Trindade – Aspectos Jurídicos das Criptomoedas.

Dinâmica de Networking

A noite de sexta-feira (30), última do evento, foi dedicada ao networking entre os participantes. Depois de quatro dias interagindo, fazendo perguntas aos convidados e ouvindo as explanações foi a vez do público compartilhar com os demais suas experiências e dificuldades na carreira.