Imigrantes no RS e a representatividade de negros nas instituições de ensino são debatidos no Seminário Internacional pela Igualdade Racial
23/03/2017 18:45
O Seminário Internacional pela Igualdade Racial teve continuidade, na manhã e tarde desta quarta-feira (22), na sede da OAB/RS. O evento, na primeira parte, abordou os temas: Relações Internacionais e Mercado de Trabalho e Mulheres, Educação e Juventude.
O especialista em estratégia e relações internacionais contemporâneas, Ângelo Antônio Ferreira, falou sobre o trabalho dos imigrantes e de como é feita a procura de regiões para viver. “Estima-se que a região sul acolheu em torno de 14 mil imigrantes nos últimos anos entre caribenhos, africanos e asiáticos. Até o ano de 2015, eram procurados municípios onde ocorreu desenvolvimento, pois havia acolhimento das comunidades especialmente a aquelas ligadas às Pastorais Sociais e Paróquias”, comentou.
Já, o presidente do movimento negro do PMDB Nacional, Clóvis André, destacou que é necessário aprofundar o debate sobre os imigrantes no país. “Não se tem uma atenção diplomática quando se aborda esse assunto. É preciso ampliar o debate para que seja produzido uma nova cultura na legislação”, disse. A ex-defensora pública e atual secretária de desenvolvimento social de Porto Alegre, Maria de Fátima Zacchia Paludo, apontou o fato de a sociedade não mostrar a solidariedade que diz ter. “A população fala sobre solidariedade, mas se formos as ruas é fácil notar que não somos ainda mais com algum imigrante. Precisamos ter política públicas voltadas para eles, pois eles fazem parte da nossa sociedade”, falou.
No segundo painel, o debate abordou o tema de Mulheres, Educação e Juventude e contou com a participação da assessora técnica da Educação Afro Quilombola no departamento pedagógico da Secretaria de Estado da Educação Rio Grande do Sul, Lúcia Regina Brito Pereira e da especialista em Políticas Públicas de Gênero, Raça e Promoção da Igualdade, Gláucia Fontoura. Para Lúcia, as mulheres negras. Já Gláucia chamou atenção para o número de negros presentes no ensino médio. “Vemos dados de 92% de negros presentes no ensino fundamental, no ensino médio é de 95%, mas quando se trata de ensino superior a representatividade é de 4,4%”, comentou. Ela também lembrou o fato das questões afirmativas. “Esse número nas faculdades é muito baixo e não podemos esquecer o fato de termos o sistema de cotas”, completou.
João Vitor Pereira
Estagiário de Jornalismo
23/03/2017 18:45